Opinião de Carlos Rui Abreu, director-adjunto do jornal Notícias de Fafe:
O Município de Fafe gastou uma soma avultada de dinheiro na aquisição de telemóveis. 13740 euros é um valor significativo para uma autarquia de pequena dimensão como a nossa mas que, ainda assim, não deve parar no tempo e deve munir os seus funcionários e os eleitos das condições básicas para a prática das suas funções. E utilizo aqui a palavra "básicas" porque me parece bater aí o cerne da questão. Não me causa nenhum prurido que a autarquia disponibilize telemóveis a quem deles precisa para desempenhar as suas funções laborais no dia-a-dia. Acho que isso é o que todas as empresas devem fazer a bem de um bom funcionamento e, sabemos todos, que hoje em dia ter um telemóvel é quase tão necessário como respirar.
Se o prurido não surge pela aquisição dos telemóveis, o estado comichoso toma conta de mim quando constato que alguns desses telemóveis adquiridos pela autarquia são os mais caros do mercado. E aí a pergunta é inevitável: serão esses telefones topo de gama essenciais ao trabalho das pessoas a quem foram entregues? Esta é uma pergunta cuja resposta, na minha opinião, soa evidente. Se a autarquia adquirisse para esses vereadores e altos funcionários uns telemóveis de uma gama mais baixa e com funcionalidades semelhantes o trabalho deles seria de alguma forma comprometido? Também creio que não. Mas ao fazê-lo a Câmara estava a dar um sinal de poupança, de racionalidade nos gastos e dava um exemplo de gestão de dinheiros públicos sem despesismo. Dou como exemplo a necessidade do presidente da Câmara ter um carro de serviço. Defendo que esse automóvel deve ser um do género do que é actualmente pertença do município. Um carro de gama média/alta, que dê dignidade ao cargo de quem o conduz e que possa também dar uma boa imagem do município. Mas isso não quer dizer que a Câmara compre um Ferrari.