Opinião de Vitor Alves, tesoureiro da Comissão Política, PSD Fafe, publicada no jornal Notícias de Fafe:
As freguesias periféricas devem ter um tratamento especial por parte dos Municíios a que pertencem, pois são a porta de entrada, mas também de saída do concelho.
Nestas freguesias, a mobilidade geográfica interconcelhia é muito elevada pois fazem fronteira com outros concelhos que pode ser mais atrativos para habitarem.
Falando em particular da minha freguesia, Freguesia de Agrela e Serafão, que se situa no noroeste do concelho de Fafe, fazendo fronteira com o Concelho de Guimarães e com o Concelho da Póvoa de Lanhoso, é com alguma tristeza que vejo a fuga constante da juventude desta freguesia. Esta fuga não é feita apenas para o estrangeiro como apregoa quem nada pretende fazer para resolver o problema.
Muitos desses jovens fixam-se nos concelhos vizinhos onde existem empregos e mais incentivos à fixação de pessoas.
Grande parte da juventude identifica-se mais com a Póvoa de Lanhoso do que com Fafe. Fazem compras, divertem-se e trabalham no Concelho da Póvoa de Lanhoso, sendo o risco de se mudarem para o concelho vizinho muito elevado.
Desta forma, é imperioso que o município de Fafe tenha mais atenção a esta freguesia, nomeadamente no que concerne à fixação e à atração de população jovem para Agrela e Serafão e, consequentemente, para o concelho de Fafe.
Criar incentivos à construção de habitação própria, por exemplo, compra de terrenos para construção e posterior venda a preços reduzidos aos jovens que queiram morar na freguesia, criação de infraestruturas desportivas, culturais e recreativas, seriam boas medidas. Outras seriam a criação de incentivos à criação de postos de trabalho nesta mesma freguesia.
A derrama é um imposto controlado pelo município que pode ser usado como política fiscal para a atração e fixação de empresas no concelho. O concelho vizinho (Póvoa de Lanhoso) não cobra derrama, por isso, é compreensível que quando uma empresa se pretende fixar nesta zona opte pela freguesia em que pague menos impostos.
A criação de um parque industrial, em Agrela e Serafão, seria outra forma de incentivar a fixação de empresas nessa freguesia.
Claro que ter gente no executivo, com capacidade de influenciar as decisões dos empresários para a fixação das suas unidades produtivas, ajuda muito. Infelizmente, não vislumbro na cúpula do executivo camarário de Fafe ninguém com essa capacidade.
É muito importante termos políticas para a proteção das pessoas mais idosas, pois a população de Fafe, em geral, e de Ardegão e Serafão, em particular, está a ficar cada vez mais envelhecida, mas mais importante que isso é criar políticas para a população mais jovem, pois se fixarmos os jovens poderemos travar esse envelhecimento e aumentarmos a nossa população ativa.