BLOG MONTELONGO
Olhares para Fafe
02
Mar 16

Opinião de Alexandre Leite, deputado municipal eleito pela CDU, em entrevista à Fafe Tv:

 

Numa situação normal o PSD seria oposição. Estando em coligação com o PS, acaba por uma parte da oposição fazer parte do executivo da Câmara. Haveria os Independentes, que poderiam ser outra parte da oposição. À partida poderia esperar-se isso, mas têm estado, acho eu, um bocadinho apagados e realmente acaba por a oposição ser feita pela CDU. Se calhar, a escolha dos Independentes é uma escolha coerente porque as políticas que são praticada por PS e PSD, pelos vistos, não têm a oposição dos Independendentes, por isso, mesmo ideologicamente, acaba por ser uma posição coerente.

PCP FAFE Alexandre Leite

Na Assembleia Municipal nós temos apoiado programas como o Apoio à Renda e o Apoio de Emergência Social. São coisas que nós apoiamos, que acabam por ser uma lufada de ar fresco para o orçamento das famílias que estão, muitas vezes, em situações de desespero. Essa parte tem o nosso apoio, mas depois há um "mas" que é um "mas" que é bastante importante, que é, isso é muito insuficiente. Acaba por ser até uma esmola e acaba por ser uma coisa hipócrita. Por um lado, em Lisboa no Parlamento, cortam salários, reduzem o número de professores, tentam destruir o Serviço Nacional de Saúde e depois, na Câmara, PS e PSD dão uma esmola. O problema é estar a esvaziar o tanque com um balde e depois oferecer um copo de água e dizer que está a ajudar.

O PCP e a CDU sempre estiveram na defesa de um Serviço Nacional de Saúde público, de qualidade e gratuito. Nesse sentido, já noutros mandatos, o que tínhamos apontado era a crescente perda de qualidade das instações do Hospital de Fafe, a perda de valências, que foram transferidas para o Hospital de Guimarães, e nessa altura éramos apoiados também pelos outros partidos nessas críticas. E o que nós pedíamos e continuamos a pedir, o que achamos que é mais importante para a população em Fafe é a existência de um hospital público de maneira a conseguir cumpir a Constituição na questão da saúde como um direito. A passagem para a Santa Casa da Misericórdia já é outra história. O Hospital foi degradando, degradando, degradando e chegou muito próximo do zero. Agora não era difícil qualquer um chegar, pintar as paredes, cortar as sebes, e dizer que agora está muito melhor. Isso aí temos de concordar que, pelo menos em termos de aspecto, e acredito que até nalgumas questões poderá estar um bocadinho melhor, mas mesmo assim continuamos a defender que a situação que melhor defende a saúde dos fafenses é que o hospital seja público.

 

O esforço financeiro que a Câmara fez de 800 mil euros para oferecer a uma empresa que vai disponibilizar empregos precários de salários baixos, parece-me mais show-off, mais fogo-de-artifício, do que realmente uma preocupação com o emprego local. Aquilo é um tipo de emprego que é muito precário e são empresas que tanto estão hoje cá em Fafe como, amanhã, se lhe oferecerem mais meio tostão, eles mudam-se para outro lado qualquer. Foi um contrato que pode vir ser ruinoso para o Município de Fafe. A Altice/Randstad indo embora daqui a 4 ou 5 anos por qualquer razão, ou porque faliu ou porque resolveu ir para outro lado qualquer, nós ficamos com o edifício, ficamos com a dívida ao banco, ficamos sem o emprego. Acaba por ser um benefício que é dado às grandes empresas que, se calhar, se outras pequenas empresas cá em Fafe tivessem feito o mesmo pedido, não lhes teria sido cedido.

 

Uma das primeiras propostas que eu fiz na Assembleia Municipal foi a da necessidade da construção de um novo canil municipal. Lembro-me na altura de o Presidente Raul Cunha defender que se fizesse um Canil Intermunicipal que até se falava que seria em Guimarães. Entretanto aparentemente mudou de ideias e já defende que o canil seja cá em Fafe mas que se façam algumas reparações. Agora só lhe falta mudar mais um bocadinho de ideias e passar à ideia que é a mais lógica, que é a de fazer um canil em condições, num novo espaço, que não é uma obra nada cara, comparada com o que se vê por aí, e que daria dignidade aos animais, às pessoas que lá trabalham e às pessosa que o frequentam para adoptar os animais.

  Alexandre Leite CDU Fafe

publicado por blogmontelongo às 18:00
27
Jan 16

Opinião de Maria das Dores João, Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, no jornal Notícias de Fafe:

 

Tomaríamos novamente a decisão de assumir a gestão do hospital de Fafe porque sempre o fizemos a pensar na população e, por aquilo que nos chega, a população está satisfeita. Há muita coisa para corrigir e modificar mas passado um ano tenho quase a certeza que o saldo é positivo no que diz respeito aos benefícios para a população.

Foi um ano muito complicado. Há barreiras que ainda não estão superadas como é o caso da parte informática. Não é que não tivéssemos comprado tudo o que era necessário mas a parte burocrática ultrapassa-nos porque agora é com um, agora é com outro, e ao fim de um ano estamos a assinar com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde o acordo para fazerem o apoio da parte informática. O Centro Hospitalar do Alto Ave apoiou-nos e deixou-nos ficar ainda com ligação mas tudo isso são despesas e contratempos.

Misericordia Saude Fafe

 

 Vamos terminar o acordo para 2015 com a ARS Norte para a produção quase a 90% e em alguns casos superamos. Mas devido a essa falha só começamos as consultas externas em Abril e as cirurgias de ambulatório a meio de Maio. Se nós conseguimos fazer neste espaço de tempo este número conseguiremos cumprir em pleno se tivermos os dozes meses. Temos tido bons resultados.

Vamos ter de fazer contas com a ARS Norte e, em último caso, devolver. Pedimos à ARS Norte para nos deixar fazer o que falta agora em Janeiro e Fevereiro para não termos de repor o dinheiro mas ainda não sabemos o que é que nos vai ser respondido, estamos a aguardar. A fase de transição do Governo também leva a própria ARS Norte a dizer que não sabe muito bem como vai fazer. De qualquer forma esperemos que impere bom senso porque, é preciso que as pessoas percebam isso, não estamos aqui para que a Misericórdia fique rica mas estamos aqui para que consiga viver com estabilidade e ao fim do mês pague os seus vencimentos e para que a população tenha um serviço de proximidade e atenção. Uma coisa é irmos para um grande hospital e outra é podermos resolver aqui os nossos problemas. Nós conseguimos simultaneamente completar a produção do ano anterior mas fazendo já as deste ano. Não faltam muitas de 2015 mas nós somos capazes de as concretizar.

Agora estamos com obras para instalar o serviço de gastroenterologia, um laboratório, o serviço de Tomografia Axial Computorizada (TAC) e ecografia. Pedimos também à ARS Norte para nos fazer um alargamento paar os Meios Complementares de Diagnóstico para outras áreas.

As especialiades com que começámos  são as mesmas que ainda se mantêm: cirurgia de ambulatório e consulta externa de ortopedia, oftalmologia e medicina interna. Estamos a pensar, com o tempo, pedir o alrgamento dos serviços. Se nos for dada essa possibilidade pensaremos nas melhores soluções. Ainda estamos a pensar porque estas coisas na saúde estão sempre a mudar e nós temos de ir fazendo um 'estudo de mercado' para que as coisas se possam fazer.

Paramos as obras em Agosto porque estávamos a fazer uma remodelação total da Urgência, em certos parâmetros, porque penso que no futuro a Urgência irá mudar de local mas o serviço de Urgência precisava de uma intervenção porque não tinha sequer condições de higiene. Neste momento temos casa-de-banho e condições para receber as pessoas. No caso das urgências até já ultrapassam o plafond estipulado no acordo. Não lhe vou dizer valores ao certo porque são muito elevados mas valeram a pena. Na convalescença já desde Setembro que temos 27 camas, fizemos algumas mudanças para que haja condições, reorganizamos espaços e demos uma nova cara ao hospital.

 

Provedora Fafe Misericórdia

No início tivemos uma outra reclamação e normalmente o que reclamam é a espera na Urgência. Muitas vezes as pessoas que estão na urgência e que não são tão urgentes não percebem que outros que entram a necessitar de mais cuidados vai perturbar o funcionamento e muitos dos que estão à espera acabam por ir embora e quando são chamados já não estão. De resto, no atendimento e na eficácia do serviço temos tido muito boas opiniões.

Temos conseguido manter o Serviço de Urgência Básico com dois médicos, dois enfermeiros e dois administrativos. Uma vez ou outra há problemas com alguns médicos mas rapidamente outros se resolvem. O próprio director clínico, a quem desde já agradeço, tem resolvido algumas dessas falhas.

 

Houve trabalhadores que na altura da mudança não quiseram ficar e agora já me vieram pedir para regressar. Alguns dele até nem se importavam de começar de zero mas isso não pode ser porque a Misericórdia não pode ir buscar alguém da função pública e não ir buscar os outros. Pelo interesse, pelo empenho e pela forma de estar dos funcionários eu tenho de concluir que eles estão satisfeitos. Fizemos almoço de Natal e a grande parte participou com entusiasmo e isso é um bom sinal.

 

O acordo é feito para 10 anos podendo ser renunciado por ambas as partes se algo o justificar. Eu tenho para mim que neste momento seria a própria população a não deixar, nem precisaríamos de tomar uma posição mas nunca se pode dizer nunca. Nestas coisas e quando mete outros interesses, políticos, por exemplo, é sempre muito difícil. Mas o nosso processo está bem encaminhado e já não volta para trás. Quem esteve aqui há um ano vê a diferença. A população vê muito por fora mas também se sente cá dentro.

Neste momento não temos espaço para internamento. Temos 27 camas de convalescença mas o futuro permite-nos tudo, com boa vontade. Não digo que não mas nestes próximos tempos não vejo possibilidade de se fazer internamento. Também acho que quem está internado tem de estar junto de meios suficientes e ter aqui pessoas internadas para as termos de levar a Guimarães nao se justifica. Não temos tido problemas no relacionamento com o hospital de Guimarães. Tem sido tudo normal. Transferimos os doentes dentro das regras do Sistema Nacional de Saúde e não tem havido problemas.

O Hospital de Fafe já está no esquema de referência dos prestadores de cuidados de saúde primários. Mas há médicos que nunca indicaram ninguém para o Hospital de Fafe, nunca! Estamos, com tempo, com paciência e uma abordagem mais directa a ver se esses problemas se ultrapassam. Fazer as consultas em Fafe fica mais barato aos fafenses do que irem para fora mas isso está no bom senso de cada um. Temos feito alguns contactos e a coisa está muito diferente do que era no princípio

[Notícias de Fafe]: Há dias, Raul Cunha foi recebido no Ministério da Saúde e antes, em reunião da Câmara disse que houve para os Hospitais de Fafe, Serpa e Anadia uma certa precipitação na passagem para as Misericórdias e que serviram como balão de ensaio para este modelo institu+ido pelo anterior governo e que a prestação de cuidados de saúde em Fafe devia ser repensada. Leu essas declarações? O que lhe parecem?

Li mas depois também li a resposta que deu após o encontro com o Secretário de Estado da Saúde e acho que houve uma mudança de posição depois desse encontro. A nós, Misericórdia, só nos move o bem-estar da população. Desde a primeira hora que não entramos em litígio nem em troca de 'galhardetes' com ninguém. Trabalhei 40 anos em autarquias e por isso sei como as coisas funcionam.

[Notícias de Fafe]: Não teme que com a mudança de governo, e não foi este o que instituiu este modelo, possa haver um volte-face?

Não sei se o 'pai da criança' não é mesmo o Partido Socialista. Os primeiros contactos foram feitos no tempo do Dr. Manuel Pizarro, portanto o PS não se pode esquecer disto. Eu se calhar estou mais à vontade do que qualquer outra pessoa porque eu sou militante do PS, não sou independente.

[Notícias de Fafe]: Mas o facto de haver por parte da autarquia sempre uma voz que questiona e põe em causa esta solução não pode funcionar aqui como um contra-vapor?

Não nos deixamos mover por factos menos válidos, nem por motivos políticos. As nossas eleições são feitas dentro da instituição e nós trabalhamos para a população com o interesse da população. E também não nos vamos mover por alguém que quando isto estava mau não se movimentou para que as coisas funcionassem. Pode ser que isso nos sirva de estímulo para fazermos cada vez mais e melhor. Estou convencida que depois da conversa com o Secretário de Estado o sr. Presidente da Câmara mudou de ideias.

Um ano depois, garanto que os fafenses têm melhores cuidados de saúde no hospital. Pela forma como são atendidos, na parte humana e por tudo. Independentemente de quem estiver à frente dos destinos da Misericórdia de Fafe a nossa intenção é servir os fafenses. Com o empenho e determinação dos nossos funcionários as coisas têm corrido bem e a população tem de lhes estar agradecida.

 

publicado por blogmontelongo às 18:00
24
Jan 15

Opinião de José Ribeiro, em entrevista na FafeTv:

 

Eu acho que estávamos melhor salvaguardados com um hospital público. Ao contrário de outros, eu não acho nehuma utopia continuar a defender um novo hospital. Eu acho possível. Estamos a falar de um investimento que é uma gota daquilo que o Estado investe nas regiões.

Receio bem que a Misericórdia esteja a entregar a gestão a concorrentes da própria Misericórdia. Podemos já dizer que se assiste a uma partidarização da gestão. As pessoas que estão a ser chamadas para a gestão por parte da União das Misericórdias, calculo eu com a aceitação da Santa Casa, é conhecido o emblema delas. Este é um negócio da União das Misericórdias. Os primeiros sinais deixam-me muito apreensivo.

  

JR.jpg

Este ano adivinha-se que teremos resolvido uma parte do problema da cidade na área da educação com a construção do Centro Educativo Montelongo, o Parque da Cidade está a mudar a sua face, e bem também, o Quartel da GNR não parará concerteza, e se não se concluir ficará muito perto disso. E isso já são melhorias muito significativas.

publicado por blogmontelongo às 18:00
21
Jan 15

Opinião de Alexandre Leite, eleito da CDU na Assembleia Municipal, publicada no jornal Notícias de Fafe:

 

As funcionárias que trabalhavam na cantina e na limpeza do hospital de Fafe foram dispensadas. A explicação? Pensem lá comigo… será que foram dispensadas porque não faziam um bom trabalho? Faltavam muitas vezes? O hospital deixou de precisar de limpeza e de comida? Não! A explicação é que não faziam falta… à Misericórdia.

 

Essa instituição de solidariedade social consegue arranjar trabalhadoras mais baratas para fazer a mesma coisa e, por isso, independentemente de saber se vão melhorar ou piorar a qualidade do serviço prestado aos utentes fafenses, o importante para a nova gestão é que as substitutas saem mais baratas à Misericórdia. E, como já se esperava, a prioridade é ter um saldo o mais positivo possível. Toda a conversa sobre a melhoria dos serviços, as novas valências, isso fica lá mais para a frente.

 

Logo que entrou ao serviço, a nova gestão do hospital de Fafe escolheu reduzir os custos com o trabalho. Não é surpresa para ninguém que é esta a natureza do sistema económico e político em que vivemos. Mas, mesmo assim, não deixa de ser chocante o desprezo que os responsáveis mostram pela situação das trabalhadoras.

 

O governo e a administração regional da saúde dizem que não é nada com eles. A Misericórdia diz que nem sabia que elas existiam e que não as quer. As entidades patronais fecham-se em copas e deixam andar, a ver o que dá. Neste jogo do empurra, as funcionárias passam dias complicados e psicologicamente violentos. Apresentam-se todos os dias para trabalhar no serviço onde estão há décadas, vestem a farda, mas não lhes é delegada nenhuma função e ficam lá durante o horário de trabalho, rejeitadas pela nova gestão do hospital, ignoradas pelos responsáveis políticos que negociaram o contrato de privatização do hospital.

 

Ao longo dos últimos anos, foram várias as empresas que ganharam as sucessivas concessões dos serviços de limpeza e da cantina. Sempre que vinha uma empresa nova, era obrigada por lei a ficar com as trabalhadoras que já lá prestavam serviço. Assim se explica que algumas delas já prestem serviço ao hospital há mais de duas décadas. Neste momento, merecem a nossa solidariedade e a afirmação pública do desrespeito e da traição de que estão a ser alvo.

 

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