Opinião de Aureliano Barata publicada no jornal Povo de Fafe:
Gostaria de vos falar de um livro que estou a ler. Tem por título "Cónego José Joaquim Leite de Araújo, 40 anos a sonhar Fafe", escrito a quatro mãos pela dupla Artur Coimbra / Paulo Moreira, uma edição da Comunidade Paroquial de Santa Eulália de Fafe.
Fafe conheceu-o muito bem e, por ele, teve muita estima. Provavelmente, os mais jovens não sabem quem foi, mas quem o conheceu não pode deixar de se lembrar que foi ele que terminou a Igreja Nova, procedeu a obras de restauro da velha Matriz, dando um novo folgo à Misericórdia local, com novas valências, sobretudo de apoio aos mais idosos (lares) e aos mais jovens (creches). Tive o privilégio de conviver de perto com ele. Embora não andasse muito pela igreja, interessava-me, sobretudo, os conhecimentos que tinha sobre Fafe, e que ia revelando a conta-gotas no periódico "Igreja Nova", no seu jeito coloquial. Penso que não perdi nenhum número desse semanário que mãos invisíveis me deixavam em casa, feito ainda a chumbo na Tipografia da Igreja, onde pontificava o senhor Silva, de saudosa memória.
Tenho na memória dois momentos, quando me levou à Igreja Matriz e me explicou que a igreja de Santa Eulália se "enlaçou" com a que a estava ao lado, a Igreja de S. João, em tempos que ele não sabia e ainda sabemos. Nessa altura mostrou-me a sepultura de um cavaleiro que existe na matriz, para quem entra pela porta lateral do lado direito. Pensava que fosse a de D. Fafes, mas o Prof. Dr. João Marques, da Universidade do Porto, seu amigo e meu amigo e professor, lá lhe explicou que não era.
Era bom continuar mas já vai longa a prosa, pelo que temos de terminar. Ficará para a próxima vez.