Opinião de Alexandre Leite, eleito da CDU na Assembleia Municipal, publicada no jornal Notícias de Fafe:
A Associação Desportiva de Fafe está de parabéns! Foi geral a alegria pela equipa de futebol da ADF ter conseguido o objetivo que procurava alcançar. Vivemos um final de época emocionante, seguido de perto por milhares de fafenses, que culminou com o prémio da subida de divisão.
É bom sublinhar a importância da prática de desporto para uma vida saudável. É bom
também lembrar a obrigação constitucional que as entidades públicas têm de criar condições para que toda a população possa ter uma atividade desportiva regular. E, claro, que temos de conseguir que o nosso país crie condições para que a população não tenha de jogar em campos de terra ou que tenha balneários para poder tomar um banho no fim da prática desportiva.
Com a ajuda da Câmara Municipal de Fafe, foram instalados campos de relva sintética nalgumas das freguesias, foram melhoradas algumas instalações desportivas, a pista de cicloturismo tem boas condições, temos um clube de andebol. É dado apoio às associações desportivas do concelho, permitindo que mais fafenses possam praticar desporto.
Sabemos que o futebol é o desporto-rei mas todas as modalidades dever merecer o apoio público, principalmente as que não se transformaram num negócio do espetáculo e que permitem que muitos jovens possam manter-se saudáveis e desenvolver as suas aptidões desportivas. Falo, por exemplo, da natação. A CDU já repetidamente tem denunciado na Assembleia Municipal a degradação das instalações da piscina. Que Fafe merecia uma nova piscina será genericamente consensual. Tem sido referido pela Câmara que tal infraestrutura representa um grande investimento, difícil de fazer nos dias de hoje. No entanto, correm rumores de que para o futebol, para construir torniquetes, camarotes, balneários, holofotes e outras obras no estádio municipal, a Câmara estará disponível a gastar cerca de 1 milhão de euros ainda este ano.
Então e a piscina?! Não fazendo uma nova, não seria possível recuperaras atuais instalações? Sabemos também que estas dificilmente suportam grandes melhorias, esgotadas por demais. Mas, tal como está, a piscina municipal não só nãoserve os interesses dos seus utilizadores, sejam eles o público emgeral, sejam os alunos da escolinha de natação ou os atletas, comocompromete mesmo a sua segurança.

Os olhos são os primeiros a avaliar e o que eles veem são espaços corrompidos por ferrugem e humidades. Mesmo que sejam limpos com os procedimentos protocolares e necessários (e acreditamos que sim), nunca parecem espaços higiénicos. Os próprios tanques parecem cheios
de sujidade, tal é o estado de degradação da pintura que os reveste, sendo que esta situação dificulta mesmo a sua limpeza. Mas a situação atinge contornos mais graves quando se fala de segurança. Já não é uma nem duas vezes que os utilizadores se ferem e não recebem um
procedimento de pronto socorro, por mais minimalista que seja, como uma desinfeção, a colocação de um penso rápido ou adesivo, por exemplo. E, mais grave ainda, ferem-se muitas vezes porque a própria piscina provoca esses ferimentos - rasgões de pele provocados pelo aço que, entretanto,deixou de estar revestido nas cordas que separam as diversas pistas!
Como se vê, o estado de degradação das atuais instalações e as consequências que daí advêm vão muito mais longe que a questão estética, higiénica ou de conforto mínimo (sim, porque as temperaturas do ar e da água são mesmo conforto mínimo e não um luxo!). Neste momento, trata -se de questões de segurança que não podem mesmo ser descuradas ou adiadas!
A conclusão é que certas decisões políticas têm mais a ver com certos holofotes do que com o desporto!