BLOG MONTELONGO
Olhares para Fafe
14
Jan 17

Opinião de Gil Soares publicada na revista Factos de Fafe:

 

          Um povo sem história é um povo sem memória. Fafe teve em Miguel Monteiro um defensor do património arquitetónico fafense como raíz histórica de um legado deixado, em grande parte, por fafenses emigrantes no Brasil que retornaram á sua terra e a valorizaram com edificações que são o suporte patrimonial da malha urbana. Não conheci Miguel Monteiro mas reconheço no seu trabalho a importância que Fafe ainda não foi capaz de o reconhecer publicamente. Digo isto perante uma terra que se designa de "justa" e ainda não teve a destreza de reconhecer o "mestre" numa das suas artérias ou praças. Miguel Monteiro deu montra a uma série de edificações de valor patrimonial e a sua relação com o fenómeno da emigração dos "brasileiros de torna viagem" que, financeiramente abastados, investiram na sua cidade com uma arquitetura tipicamente europeia recheada de revivalismos associados a uma apreensão estética, de terras de Vera Cruz, a nível da cor e dos revestimentos das fachadas. Na sua maioria, não sendo caracterizadas com um estilo arquitetónico, representam a arquitetura de uma época sob a influência, em grande parte, de elementos decorativos do estilo neoclássico que proliferou nos meados do séc. XVIII até ao séc. XIX.

Miguel Monteiro Fafe Património

           A designada "arquitetura brasileira" é uma referência às obras desses emigrantes e Miguel Monteiro frisou bem esse aspeto. Estas edificações, com a exceção do palacete anexo ao Centro de Emprego de Manuel Rodrigues Alves (que é um belo exemplar de Arte Nova) não são conotadas com um estilo arquitetónico, mas não deixam de ter valor patrimonial! A Miguel Monteiro também se deve a luta para não demolirem o Cine-Teatro e o transformar num Centro Comercial. Se já perdemos tanto património arquitetónico imaginem hoje Fafe sem o ex-libris, brilhantemente recuperado no mandato de José Ribeiro e que o Mestre ainda teve oportunidade de o ver.

          Que Fafe nunca esqueça Miguel Monteiro e lhe faça o devido tributo com um memorial ao nível da sua importância.

publicado por blogmontelongo às 18:00
26
Nov 16

Opinião de Gil Soares na revista Factos de Fafe:

 

     A "Feira Velha", hoje designada de Praça Mártires do Fascismo, é o resultante de um conjunto de elementos, ao longo dos tempos, que ciraram funções e desenvolveram funcionalidades no espaço.

     Desta forma, estamos a admitir o papel relevante que os elementos morfológicos desempenharam na construção deste espaço urbano e, por isso, potenciadores de novas dinâmicas espaciais.

     O Jornal " O Povo de Fafe", em 1912, fazia referência á praça: "Pretende-se que o largo da Feira-Velha, a cuja regularização se anda procedendo por obra e graça de uma boa dose de patriotismo de certa pessoa, seja um dos mais bonitos largos da villa".

     Há mais de um século que a sua importância é destacada e torna-se crucial, nos próximos anos, a requalificação de todo aquele espaço, que é o mais importante da nossa cidade e que, atualmente, está relegado a um deprimente parque de estacionamento como cartão-de-visita para quem chega ao centro de Fafe.

     Primeiro temos de perceber que a definição de praça nos remete para " um lugar público e amplo, geralmente rodeado de edifícios onde desembocam várias ruas". Neste caso, pela sua disposição na malha urbana e, estando ladeada a nascente pelos Paços do Concelho, assume essa definição e importância.

     Num dos meus artigos anteriores dei a opinião de como seria importante requalificar o espaço da Estação até à Feira Velha, ligando ao Parque da Cidade e na transição serem criados espaços desportivos.

     A Praça Mártires do Fascismo assume, naturalmente, essa ligação na malha urbana, podendo assumir-se como uma praça monumental e continuidade do Parque da Cidade ao centro da cidade.

     Na minha opinião esta praça deve primar pela simplicidade do traço e a criação de espaços verdes pois, com o passar do tempo, tanto o edifício como a vegetação têm uma posição forte na hierarquia morfológica e visual da cidade. Deve ser criado uma escadaria imponente, que vença o desnível, disposta frontalmente ao edifício da C.M. de Fafe e assegurar condições para a mobilidade reduzida.

Fafe arquitectura praça

      A criação de um parque de estacionamento subterrâneo seria primordial, pois permitiria que a cidade continuasse a ter essa valência, em questões de mobilidade. Ao centro da praça o monumento da "Justiça de Fafe". Sendo o símbolo caracterizador de Fafe, este monumento deve ser localizado no espaço urbano de maior importância e visibilidade.

     Em suma, a Praça Mártires do Fascimo é o mais importante espaço da cidade e deve (continuar) a ser prioridade na agenda política. Deve tornar-se num palco de grandes eventos e de vivências. A sua importância não deve ser descurada...

publicado por blogmontelongo às 18:00
18
Mai 16

Imagem manipulada por Gil Soares:

fafe arquitectura

 

 

 

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