Opinião de João Pedro Castro no jornal Povo de Fafe:
Escrevo quando há poucos dias, António Guterres foi eleito secretário-geral das Nações Unidas. Como fafense em primeiro lugar, português com orgulho, europeu com alegria e cidadão do globo acredito profundamente que esta eleição conduzirá a um mundo onde os fortes o são porque mais justos, e os justos se tornam mais fortes, todos os dias. O eleito secretário-geral da ONU dispõe de características intrínsecas ímpaers para o desempenho cabal desta função. Tem entre outros, um poder supremo, o da palavra, agregando esforços mundiais com um elevado espírito de missão para prosseguir, entre outras, e como está plasmado na Carta das Nações Unidas, "... a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos." O Mundo fica menos violento com esta eleição.
E porque a justiça tem de ser tarimba de todos, reafirmando a fé nos direitos fundamentais do homem, promovendo sempre a dignidade e o valor da pessoa humana, vem-me à baila um pouco de uma marca identitária que todos nós fafenses guardamos: a lenda da justiça de Fafe.
Verdadeiro ex-líbris do Concelho, a história do castigo dado pelo visconde de Moreira de Rei, ao marquês que não lhe pediu desculpa nem mostrou arrependimento pelos insultos proferidos, já de há muitos anos mostrou que a justiça se pratica todos os dias, também pela lisura, correção e bom senso dos comportamentos. A justiça de Fafe é sinal sempre de um tempo atual, de promoção e progresso social, aliado às melhorias da condição de vida dentro da liberdade. A igualdade de direitos entre os homens e mulheres já então retratada na não aceitação por parte do visconde, que existissem cidadãos de primeira e de segunda, uns só com direitos e outros só com deveres, traz desde o século XVIII e numa mensagem intemporal, a imagem clara do primado da equidade através da dimensão obrigatória do Homem em assumir como imprescindível, a sã convivência num clima de paz, progresso e satisfação coletiva.
Com "Fafe ninguém Fanfe" pois leva a um equilíbrio onda a interação social é tão forte que não se apresenta direcionada para diferentes interesses e riquezas entre as pessoas. Todos somos iguais perante a lei, e tem de haver uma igualdade prática entre cidadãos. Ontem, hoje e sempre!