Opinião de Elsa Lima, directora do jornal Notícias de Fafe:
A festa está bonita, por estas bandas. E não me refiro só às Feiras Francas.
Mas começando por aqui, é evidente que foi um sucesso a edição desta ano em que o Município voltou a apostar, e a meu ver bem, no Parque da Cidade, como recinto para receber o evento. Embora o tempo não tenha ajudado nos primeiros dias,a adesão foi em massa e o programa, simples, na génese, e de encontro à tradição, revela-se uma boa aposta, sem grande necessidade de alterações ou novidades.
Num recinto agradável ao ar livre, é feliz a ideia da praça dos petiscos, proporcionando um ponto de convívio entre amigos e familiares, que saem de casa para desfrutar das festas da terra, próximo dos divertimentos para as crianças e da animação musical, no essencial popular e animada, como pedem este tipo de eventos. Foi também evidente, este ano, uma maior adesão da juventude, o que é de saudar, também, despertando um bairrismo saudável, em redor das festas da terra, que se vão assim adaptando aos novos tempos, mantendo a vitalidade.
Repetiram-se os números obrigatórios, que arrastaram à cidade milhares de pessoas, e a Feira Rural, embora mais pobre, e longe ainda da vitalidade que teve no início, foi também um ponto de interesse, e de visita. Penso que no essencial, o Município esteve à altura da organização do evento, a exemplos de outros que tem vindo a realizar, destacando-se na capacidade demonstrada para as festas, uma marca deste mandato. E neste campo os fafenses não se podem queixar. Sem deixar cair a bola no chão, fecham as Feiras Francas e os holofotes viram-se para as serras de Fafe que serão palco do WRC Vodafone Rally de Portugal. Não tarda nada, chegarão também as Festas da Nossa Senhora de Antime e depois o Festival da Vitela para animar a malta porque de tristezas está o mundo cheio. Raul Cunha gasta assim os últimos cartuchos no último ano de mandato com muitas obras anunciadas, cujo arranque aprece estar a ser guardado também para os meses finais, num convite à continuidade. Por outro lado, Antero Barbosa já avançou para o terreno com a sua candidatura independente, no propósito de não facilitar a vida ao candidato que foi escolhido pela direção do partido que não rejeita, ma que tem agora de afrontar. Assim, andou também pela festa, ao lado de José Ribeiro, que é ainda o líder do PS local, e se recusa a deixar o cargo, de Vitor Moreira e Helena Lemos que são ainda vereadores do PS no executivo liderado por Raul Cunha, mas 'pedem votos' para Antero, e de autarcas locais em exercício, eleitos com o apoio do PS, mas que estão em campanha por Antero. Assim, vai reinando a confusão entre festas e foguetes, permanecendo a dúvida sobre que vai lançar as girandolas finais, a 1 de Outubro.
Bom...mas para já o que interessa é ver passar o rali, e que Fafe fique bem nas fotografias e na TV, com a casa, aparentemente arrumada, e depois, o mais certo, é que os tempos sejam de limpeza e de esclarecimento.
Foto: Município de Fafe
Opinião de Júlio Alves publicada no jornal Notícias de Fafe:
O Partido Socialista continua a criar divisões no seu meio, são conhecidas a nível nacional e local as lutas pelo poder.
Em Fafe, Dr. Ribeiro ganhou a concelhia e é a esta comissão que compete marcar o andamento e escolha dos seus candidatos.
Os derrotados, Pompeu Martins e outros, não concordando com a eleição dos vencedores, foram para Braga queixar-se dessas posições assumidas e junto do Dr. Barreto que não morre de amores pelo Dr. Ribeiro.
O presidente da distrital do PS, tentou algo que a comissão concelhia não concordou, outra solução foi colocada mas fracassou.
A candidatura dos vencidos foi indicada pelo PS nacional com a verdadeira, Raul Cunha é o candidato à Câmara de Fafe.
Qual vai ser a posição da concelhia?
Demitir-se e criar condições para avançar (como no passado) para uma lista de cidadãos.
Com o PS dividido, tudo indicava que Parcídio Summavielle fosse o vencedor. Que pensaram Dr. Raul Cunha e Pompeu? - não podendo vencê-lo, junta-te a ele.
Este acordo não deixou outras soluções, qualquer alternativa não passará.
Os vencedores estão órfãos e vagueiam no espaço à procura de um local para encostar.
Quando a CDU convidou Parcídio para a sua lista, PS e PSD foram críticos e sem vergonha, tudo disseram sobre ele.
Hoje aqueles que tão mal falaram lutam por ele para as suas listas.
PSD levava Parcídio como cabeça de lista, PS leva Parcídio em segundo lugar, mas por pouco tempo.
Com o PSD em primeiro, era difícil ganhar, no PS em segundo, se for tudo normal sairá vencedor.
Barreto cumpriu o que havia prometido, afastar Dr. Ribeiro da mesma forma que este fez à família Summavielle (cá se fazem cá se pagam).
Após as eleições, Dr. Raul vai afastar-se por motivos profissionais e Parcídio assumirá funções totais na Câmara e futuramente no PS.
Tudo isto foi cozinhado num jantar em Cabeceiras, a família Summavielle está de volta ao PS.
Opinião de Alberto Alves, IPF, no jornal Notícias de Fafe:
Ainda que estejamos a largos meses das eleições autárquicas, os movimentos que se notam e as decisões que se conhecem, mostram à evidência que já "cheira" a pré-campanha.
De facto, o trabalho que tem sido feito – e falo apenas de Fafe – vai-nos dando conta da procura, em todas as nossas freguesias, das individualidades melhor colocadas para serem os putativos candidatos às presidências das respetivas Juntas de Freguesia. Todas as forças políticas vão dizendo que há muitos contactos feitos e, até, processos já concluídos.
Por outro lado, ainda que as certezas se resumam a incertezas, vai-se dizendo e até proclamando, candidatos à presidência da Câmara Municipal.
Tal como é do conhecimento público, a concelhia de Fafe do Partido Socialista, escolheu – por votação maioritária – o Dr. Antero Barbosa para ser o seu candidato. O próprio já manifestou publicamente a sua disponibilidade e “vontade” para ser candidato.
Porém, parece ser claro que a vontade do PS nacional é a recandidatura do Dr. Raul Cunha. O próprio já manifestou publicamente a sua disponibilidade e vontade.
Pois bem: as recentes decisões dos órgãos nacionais do Partido Socialista no que refere às candidaturas para as autarquias (leia-se Câmaras Municipais), vieram confirmar, para quem ainda tinha dúvidas, sobre quem superentende nesta matéria.
Ou me engano muito ou vamos ter um forte braço de ferro entre o Dr. José Ribeiro e a Comissão Nacional; ou então o presidente da Concelhia do PS vai ter de engolir cobras e lagartos e aceitar a “imposição” do PS nacional.
Seja como for, são notórias as divergências em torno do candidato à Câmara Municipal e isso é o elemento mais significativo e o exemplo mais eloquente da divisão que se não pode esconder – de um lado os que querem o Dr. Antero Barbosa, e do outro aqueles que apoiam o Dr. Raul Cunha.
Um imbróglio de difícil resolução (ou aceitação, se quisermos) que acabará por desacreditar o próprio Partido.
De facto, fazendo deliberadamente ou não o “jogo” da Comissão Nacional, contrariando de forma propositada ou não a estratégia da Comissão Política Local, o certo é que um setor e outro se “digladiam” e demonstram a falta de unidade no seio do PS Local.