BLOG MONTELONGO
Olhares para Fafe
29
Mar 17

Opinião de João P. de Campelos, CDS/Fafe, publicada no jornal Notícias de Fafe:

 

     A cultura, as tradições e os monumentos são elementos constituintes de uma identidade local ou nacional. Fazem parte daquilo que somos e daquilo que nos caracteriza, mostrando o passado, caracterizando o presente e perspectivando o futuro. Fafe não é particularmente rico em monumentos históricos imponentes tal como tem Guimarães ou Braga, mas tem alguns pontos particulares de elevado interesse. Como dizia o filósofo italiano Césare Cantù: "Querem conhecer a civilização de um povo? Reparem naqueles que erguem monumentos".

     Impera de facto uma decisão do nosso Executivo Camarário que valorize e promova os nossos pequenos mas importantes monumentos. As casas "brasileiras" são estudadas no âmbito da história e da arquitetura em Portugal em todo o País. São de facto um ex-libris da nossa cidade. E por mais que se perceba isso, não se vê, por exemplo, uma ação pertinente da Câmara Municipal para a resolução do edfício contínuo ao IEPF de Fafe. Temos depois o malogrado castro de Sto. Ovídio que teima em ser desprezado e ignorado pela executivo. Louve-se a ação da associação criada em volta desta antiguidade que teima em não deixar morrer este tema. Posteriormente temos os vestígios do Castelo Roqueiro em Quinchães da Idade Média, a Igreja de São Romão de Arões, as Lajes de S. João em Ribeiros, as nossas Casas Senhoriais caracterizadores de uma ruralidade única na região. Enfim, uma enorme panóplia de património edificado que merece ser lembrado, visitado e acima de tudo promovido. Muito bem sei que boa parte do edificado ou património Fafense é privado. E assim deve continuar a ser. O que não percebo é a falta de interação que existe entre o Executivo Camarário e os respetivos proprietários para a promoção da imagem e cultura de Fafe. De que nos vale querer ser um local turístico se depois nós próprios não cuidamos daquilo que melhor temos para mostrar?! Não há turismo sem património, sem monumentos ou sem promoção e demonstração de cultura.

     A maioria dos Fafenses com toda a certeza não visitou alguns destes patrimónios que aqui enumerei. E acredito que não o fizeram por falta de vontade, mas sim por falta de conhecimento da sua existência. A criação de um roteiro em volta do património edificado seria uma solução. A divulgação junto das nossas escolas destes monumentos seria uma outra solução. Mas para isso seria necessário primariamente inventariar tudo e em segundo solucionar questões burocráticas. Porém, tudo isto só é possível, se houver antes de tudo vontade e iniciativa forte em querer de facto promover e valorizar o que é nosso. Muito do noso património parece quase irrecuperável e necessita de intervenção urgente como o caso do castro de Santo Ovídio. São patrimónios únicos que devem ser preservados e conservados para as gerações vindouras. Temos esta obrigação em lhes deixar história e saber. Mas de facto a preocupação Camarária não tem passado por aqui. O que tem interessado na realidade, é o chamativo ou o mais visível aos olhos do eleitorado citadino. O  que tem interessado de facto é a cidade e o seu centro descorando por completo as freguesias e a ruralidade.

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26
Out 16

Opinião de João Marques, Presidente da Juventude Socialista de Fafe, no jornal Notícias de Fafe:

 

     Não poderia deixar passar a oportunidade para escrever um pouco sobre o projeto do CACO (Centro de Arte e Cultura de Sto. Ovídio). Esta ideia, projetada pela JS de Fafe e um conjunto de pessoas da sociedade civil, tem por base a transformação de uma escola desativada, num espaço multifuncional e transversal a todas as faixas etárias, nos domínios da arte, cultura, associativismo e convívio. Este edifício poderá suprir algumas carências que, neste momento se podem vislumbrar no concelho, tais como: sala de estudo para a comunidade escolar, salas de ensaio para bandas e grupos de teatro, sala de apoio à criação artística, uma blackbox e uma sala para espetáculos. Com inovação, engenho e criatividade, poderemos ter num único edifício, já implantado, um conjunto de valências e mais-valias para a população em geral. Oxalá, em breve, haja notícias a respeito deste espaço, que considero fundamental para o crescimento cultural, artístico e civilizacional da nossa cidade.

João Marques JS Fafe

publicado por blogmontelongo às 18:00
12
Out 16

Opinião de Alexandre Leite, eleito da CDU na Assembleia Municipal, no jornal Notícias de Fafe:

 

Na época em que as famosas pirâmides do Egito estavam a ser construídas, também cá em Fafe a população local construía os seus monumentos funerários. Eram pequenas construções ligeiramente elevadas, que entre nós são conhecidas como mamoas. Existem no concelho de Fafe vários desses testemunhos da ocupação do nosso território há milhares de anos. É uma pena que sejam praticamente desconhecidos da população, no sentido de não serem entendidos como um importante valor patrimonial e histórico. Cabe às autoridades responsáveis criar condições para que não continuem a ser destruídos, como já foram vários.

A sua valorização pode servir, em conjunto com outras atividades culturais, para atrair visitas de estudo e turismo cultural ao nosso concelho. Para além disso, deveriam servir para enriquecer a nossa identidade e a consciência histórica, para que entendamos que o mundo não foi sempre assim como o conhecemos no presente, que a forma como se encara a vida e a morte não tem de ser obrigatoriamente aquela a que estamos habituados, que a obra humana é de uma enorme diversidade, que a nossa história não começou ontem e que está nas nossas mãos decidir como avançará. Era útil a criação de um roteiro do Pré-Histórico Fafense, com a proteção, recuperação e promoção das várias estruturas pré-históricas existentes nas várias freguesias de Fafe.

Há em Santo Ovídio ruínas mais recentes do que as tais mamoas, neste caso, com cerca de 2 mil anos, que provam que esta região foi habitada pelos romanos. No dia em que o imperador romano Nero assistia ao incêndio de Roma, estava instalado em Santo Ovídio um povoado castrejo que representava o poder imperial e que trouxe até nós a cultura, a religiosidade, os hábitos, a língua de Roma. A língua em que está escrito este texto é “neta” da língua que falavam os soldados romanos instalados no território a que agora chamamos Fafe, há dois milénios. É nosso dever apoiar a recuperação e promoção das ruínas do castro de Santo Ovídio de forma a que possa ser visitado condignamente pela população e compreendidas as lições que podemos retirar do seu estudo. Pode também servir como polo de atração turística e cultural.

Ruinas Romanas Fafe Santo Ovídio

 

Da história mais recente, na viragem para o século XX, temos alguns exemplos de casas da chamada “arquitectura dos brasileiros” que foram entretanto destruídas ao longo das décadas, muitas vezes para, no seu lugar, serem construídos edifícios de duvidoso sentido estético. Ainda há poucas semanas, foi destruída mais uma casa dos finais do século XIX bem perto do centro da cidade. Por outro lado, temos também recuperações de edifícios que fazem parte do importante património edificado fafense, como são o caso do Solar da Luz em Fornelos e de uma outra casa particular perto do Teatro-Cinema (outro bom exemplo de preservação), só para falar das mais recentes. É também verdade que o edifício “do Grémio” está já a ter utilidade depois de ter sido recuperado pela Câmara Municipal. Mas uma verdadeira democratização cultural obrigaria a muito mais do que apenas preservar património ou proteger “ruínas”. Era preciso que não deixássemos arruinar a nossa memória e que todo este património fosse divulgado, estudado, visitado e acarinhado.

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03
Ago 16

Opinião de Jesus Martinho publicado na sua página do Facebook:

 

Santo Ovídio é o mais antigo lugar da cidade de Fafe com uma história de dois milénios. É, também, um potencial turístico latente, através do seu monte "sagrado", que continua a esconder as ruínas de um povoado castrejo quase ignorado pelas tutelas do património.

Em 2005 o lugar saiu do anonimato por via da activação de uma associação Recreativa e Cultural. Durante mais de uma década esta colectividade devolveu a Santo Ovídio o brilho e a boa reputação de outrora, desenvolvendo dezenas de iniciativas, que nem sempre encontram o eco que merecem junto daqueles que se assumem comunicadores da terra, jornalistas cujos critérios noticiosos nem sempre se compreendem.

Santo Ovídio Fafe jornalismo

Apenas como exemplo, lembro a recente cobertura da "Festa da Lua Cheia" em S. Miguel do Monte, com a maior concentração de repórteres por metro quadrado, a contrastar com o arranque do único Festival Rock do concelho, ocorrido ontem, sexta-feira, 29 de Julho... Em noite que não foi de lua cheia, os repórteres não apareceram!

Não sabiam? Esqueceram? Não deu jeito?

Não quero, sequer, pensar em qualquer outra circunstancia para estas notadas ausências...

Contudo, o Festival "Santo Rock", atingiu a sua 6ª edição consecutiva, está cada vez mais forte e recomenda-se vivamente!

Lamento o "esquecimento"... este e outros, convicto que os órgãos de informação locais darão o merecido destaque ao evento, aproveitando a segunda e ultima noite do Festival para fazerem as suas reportagens.

Por agora, digo aos informadores do burgo, que "à mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta"!

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