Opinião de Manuel Barros publicada no jornal Povo de Fafe:
A nossa cidade mantém algum brio na zona central onde estão concentrados os olhares mais atentos talvez com intuitos de chamar a atenção para o turismo de massas que, infelizmente, se mantém de costas voltadas para os nossos encantos... Mas, Fafe não é só meia dúzia de ruas e ruelas, aquelas que têm gozado de primazias e atenções. A cidade periférica também tem a sua história, as suas seduções e presunções que fazem parte de um todo na cumplicidade com a sua toponímia e por isso a exigir ser tratada com os mesmos desvelos e as mesmas considerações.
Mas o que se vê? A iluminação pública, sujeita eternamente ao abrigo do programa de poupança energética, é demasiado deficiente, a lembrar tempos velhinhos de outrora, sobretudo na época escura de inverno e mais deficiente fica quando fundem lâmpadas e estão eternamente à espera de serem substituídas por negligência e demasiada burocracia da EDP. Mas todas a gente sabe que uma poupança energética não se faz em retirar qualidade de vida às pessoas mas, com outro tipo de equipamento, que, esse sim, compensa em qualidade e é muitíssimo mais económico...
Por outro lado, há zonas, dentro da mesma periferia da cidade, onde os locais de ajardinamento, em lugar de relva e flores, estão infestados de ervas daninhas, que de longe-a-longe e talvez por vergonhas, são roçadas pelos serviços de jardinagem, para evitar o crescimento selvático daquelas herbáceas.
Há passeios escaqueirados ou apodrecidos pelo tempo e uso e assim permanecem a testemunhar quedas de alguns peões mais imprevidentes que tropeçamnas irregularidades do piso. Em certos locais desses passeios estão instalados postes de iluminação a contribuir para dificultar o trânsito das pessoas sobretudo daquelas com limitações de locomoção.
Temos ainda algumas casas velhas, sem portas, sem telhados ou sem vidros, a desfeitar toda a estrutura paisagística da nossa cidade... O "histórico" edifício do Royal Center continua quedo e mal cheiroso a criar e engordar ratos e ratazanas...
A nossa terra é linda e já foi apelidada, com muita honra para todos nós, de sala de visitas do Minho! É certo que, na vertente social, tem havido muitas, mas muitas manifestações atrativas, culturais, desportivas ou mesmo de entretenimento, cuja propalação se tem quedado pela pouca ou nenhuma publicidade. Tantas vezes, somos surpreendidos por coias engraçadas, interessantes, a suscitar aplausos mas, por escassa divulgação, passa-nos ao lado e é pena que assim aconteça. Os próprios jornais da terra são parcos a anunciar os eventos, mas expansivos nos relatos dos mesmos!... É pena que assim aconteça, pois é de crer que tais manifestações teriam outra visibilidade bastante mais atraente...
Rejeitamos, por bairrismo, que nos digam que Fafe é um buraco, criado pela autoestrada no desvio dos olhares para outras terras e outros feitiços. Temos uma cidade com muitas histórias para contar e gente risonha e acolhedora, temos gastronomia de primeira qualidade, temos excelência... Pena é que as atenções não se voltem mais para explorar todas essas potencialidades com o interesse devido e encaminhadas para fazer desta terraum oásis dinâmico, de encantos e prosperidades.